Thursday, February 12, 2009

Eles Fizeram a Nossa História III

A nossa rubrica vai agora focar atenções em jogadores que deixaram a sua marca no passado recente do "Nosso Clube". O nosso entrevistado de hoje começou a jogar nos GD Leões do Corgo e desde muito novo se dirigia ao estádio Dª Maria de Lurdes do Amaral para ver brilhar a equipa do Abambres, que sempre teve como referência, até ao dia em que Linares o descubriu sem clube e tratou logo de o "capturar" para o Salambios FC onde deixou o seu nome escrito a letras de ouro. Falamos, como já se terão apercebido, de Tiago Botelho.
Eles Fizeram a Nossa História (EFNH): Antes de mais nada obrigado pelo facto de nos ter recebido em sua casa. Conte-nos como foi parar ao Salambios!
Tiago Botelho (TB): Lembro-me como se fosse ontem! Estava sem jogar à quase dois anos quando recebi uma sms do presidente/treinador Linares a perguntar se estava disponível para fazer parte de um projecto ambicioso como jogador do Salambios. Ponderei bem os prós e os contras de regressar à competição, principalmente devido à minha idade avançada e pela exposição mediática a que iria estar sujeito. Foi esta conjugação de factos que me fez ponderar, uma vez que entre o sucesso e o fracasso vai uma distância mínima e eu com o meu curriculo não precisava de ter esse risco. No entanto decidi apostar. E com o sucesso que é reconhecido por todos.
EFNH: O facto de o clube na altura estar a passar por um processo de renovação institucional foi, também, um incentivo para abraçar o projecto?
TB: Sem dúvida. Essa situação foi primordial. Dava alegria ver um clube com o passado do Salambios FC a reerguer-se das cinzas, e via-se que os adeptos estavam empolgados. Era uma alegria tremenda poder participar no projecto.
EFNH: Mesmo para um adepto incondicional de outro clube, como era o seu caso?
TB: Já muito se falou sobre a minha preferência clubística, e eu sempre respondi da mesma maneira: NUNCA desrespeitei a gloriosa camisola listada o Salambios FC! Como já disse, ponderei bem se voltaria a jogar ou não, e se o fiz foi porque senti que poderia dar o meu bom contributo ao clube e principalmente aos seus adeptos tão sedentes quanto merecedores de titulos.
EFNH: Como se sentiu quando vestiu pela primeira vez a camisola do Salambios FC?
TB: Olhe, foi uma sensação da qual nunca me irei esquecer! Primeiro senti um arrepio enorme quando o speaker do estádio anunciou o meu na equipa titular e o estádio se manifestou jubilosamente. Senti que podia ser a estreia perfeita, e de facto o foi. Marquei um golo e lesionei um jogador adversário! Foi lindo!

EFNH: Era conhecido como maestro entre colegas, adeptos e a imprensa. Sabe-nos dizer porquê?
TB: (risos) Foi uma brincadeira. Como eu ao jogar mexia muito com os braços para tentar acertar nos adversários, assim ao estilo Benny McCarthy, o pessoal começou a chamar-me de maestro.
EFNH: Que tem a dizer sobre a actual crise financeira que o Salambios atravessa?
TB: Bem, a primeira coisa que tenho a dizer é que esta situação me entristece e revolta. Como é possivel um clube como o Salambios se deixar afectar por uma crise? O clube muitos adeptos, é uma marca apetessivel e, acima de tudo, tem mística! Acho inadmissivel que um clube com a nossa grandesa entre em crise apenas porque um patrocinador, independentemente de ser o maior ou não, esteja à beira da falencia. Eu não sou economista, mas acho que o clube deveria ter mecanismos de defesa prontos a agir em situações destas.
EFNH: É conhecedor profundo da história do "Nosso Clube". Qual foi para si a maior figura da história do Salambios?
TB: Felizmento o Salambios tem uma história gloriosa, face à qual é dificil evidenciar uma só personagem. Mesmo assim, gostaria de destacar dois nomes: Sandro Linares e Quim das Tripas. O primeiro pela dedicação a uma causa chamada Salambios. ele foi jogador, roupeiro, treinador, tesoureiro, presidente e acima de tudo: foi sempre adepto, e isso talvez tenha marcado a diferença. Quanto ao sr Quim, bem, o sr Quim é "apenas" o maior jogador da história do Salambios Futebol Clube. Certo dia, numa das festas de apresentação da equipa aos socios, eu e ele estavamos a ter uma conversa à qual se havia juntado o deus Baco (risos), então eu disse-lhe "sr Quim, você sabe o que lhe faltou para ser igual ao Eusébio? Ser preto!". Mas acho que a maior figura da história é a massa adepta! Era por eles e para eles que jogavamos e ganhavamos. Os anos passam, os jogadores deixam o clube, mas os adeptos ficam e passam a mistica de geração em geração. E não tenho dúvidas que não hesitarão em vistir o fato de herói para salvarem o clube da actual crise.
EFNH: O Salambios ganhou um novo adepto?
TB: Sem dúvida. Desdo o meu primeiro ano no clube que me considero adepto do Salambios!
EFNH: Então o Abambres SC perdeu um adepto...
TB: Claro que não! Felizmente dá para manter esta bigamia. O Abambres marcou a minha juventude, pois desde muito novo que me desloco ao Dª Maria de Lurdes Amaral para torcer pela equipa. O amor pelo Salambios não perde por ser mais recente, se calhar por ser recente ainda mantém a chama praticamente intacta.
EFNH: Quer aproveitar para deixar alguma mensagem especial?
TB: Queria aproveitar para recordar aos adeptos do "Nosso Clube" que a actual crise tem de ser resolvida por toda a familia salambista, ou seja, simpatizantes, sócios, jogadores, ex-jogadores e etc. Está ao nosso alcance salvar o clube, não podemos é virar as costas à situação, porque se o Salambios acabar, não são só eles que ficam prejudicados, mas sim toda a região que perde a sua maior bandeira, a sua maior rederência a seguir ao Carvalho Araujo e à Maria da Lage.