Aproveitando a presença de Chico da Funerária na festa de apresentação dos equipamentos, Sansão Gomes nosso guarda-redes e jornalista, teve a felicidade de lhe ser concedida uma entrevista.
Francisco Almirante dos Santos martins, nascido a 12 de Junho de 1952 cresceu nos campos e nas balizas do Glorioso SFC e brilhou junto a nomes como Jacinto, Quim das Tripas ou Carlos Pato.
Eles Fizeram a Nossa História(EFNH): Muito boa noite. Antes de mais nada esclareça os nossos leitores sobre a sua alcunha.
Chico da Funerária (CF): Boa noite. Gostaria em primeiro lugar de relaçar a capacidade organizativa da direcção do clube que permitiu uma gala desta envergadura que só dignifica o clube. Quanto à minha alcunha a história deu-se quando em ainda era infatil e o nosso campo era junto ao cemitério. A bola era constantemente enviada para o "Jardim das Tabuletas" e eu é que tinha de ir buscá-la. Como contactava de perto com as campas e por conseguinte com os mortos ficou o nome de Chico da Funerária que, se bem me lembro foi-me dado pelo Mister da Altura, o prof. Altino Linares.
EFNH: O senhor sempre jogou no SFC. O que é necessário para uma carreira assim?
CF: Para alguém que ama o clube desta forma tão intensamente é fácil e prestigioso. Só eu sei o que passei nos meus tempos de juvenil quando me lesionei e no entanto não deixei de ajudar esta instituição. Valeu a pena porque alguns anos depois, em 1970 passei para a equipa sénior e sempre fui titular. O meu primeiro jogo foi frente ao Vila Seca e nunca me esquecerei de ver o Terceiro Anel a aplaudir uma defesa que fiz nesse jogo.
EFNH:O que mais o marcou nas suas 20(!) temporadas de jogador(ndr:de 1970/1971 a 1990/1991)?
CF:Ora bem, a nível de pessoas, o prof. Altino Linares foi uma pessoa muito importante na minha evolução. Ele acompanhou a minha equipa desde infantis até juniores e sempre me deu apoio e as dicas certas de alguém que tinha as manhas todas do futebol. A nível de títulos, a Taça dos Campeões Europeus de 1973 foi fantástica. Imagine um miúdo de 20 anos a defender um penalti de um dos seus ídolos, Johan Cruyff e depois no final levantar a mais importante competição de clubes, que nunca mais se viria a repetir na história deste clube. Também a "Época Dourada" de 82 até 90 em que vencemos 7 campeonatos em 8 possíveis foi brilhante. Era fantástico ter no mesmo onze jogadores como o Quim (ndr: Quim das Tripas), o Carlos (ndr: Carlos Pato), o Tó (ndr: Tó Padeiro) e o Feliz (ndr: Felizmino Alcindo). Todas as equipas temiam a visita ao nosso palco onde também o público era fntástico.
EFNH: Mas o senhor, como capitão e fugura carismática que era também se envolveu em algumas polémicas, nomeadamente o caso de Sampedoria. Quere-nos esclarecer sobre o sucedido?
CF: Não foi nada de mais. Na época de 83/84 o Presidente (ndr: Dr. Fernando Ayres) estava apostado em trazer novamente a Taça dos Campeões Europeus para o Barracão e, inclusivamente, contratou nessa época o Frederico (ndr: defesa contratado ao Benfica), o Walsh (ndr: ponta de lança irlandês que estava no Porto) e o Roy (ndr: Roy Aitken, médio contratado ao Celtic). A equipa estava motivada e até estávamos a ir longe. Os adeptos estavam impacientes mas no jogo em Sampdoria as coisas correram mal. Tínhamos ganho cá por 2-0 e partimos para Itália confiantes com 500 adeptos atrás de nós. Para nosso azar o Mancini estava inspirado nessa noite e marcou 4 golos aos quais nós não respondemos. Apesar de eu não ter tido culpa nos golos dei a cara pelos jogadores e assumi as nossas responsabilidades. A partir daí tudo correu mal, começaram a surgir notícias falsas nos jornais sobre saídas nocturnas antes do jogo e eu era um dos visados. Sem medo e ainda em Itália, eu, o Quim e mais alguns chamámos os responsáveis por essas notícias e tivémos uma conversa. Apesar dos rumores sobre uma eventual cena de pancadaria, isso não foi verdade e nós e os jornalistas tivémos uma conversa civilizada.
EFNH: Depois de tantos anos, trocou as luvas pelo fato e gravata. Foi fácil essa mudança?
CF: Mentiria se dissesse que foi fácil abandonar os relvados mas eu percebi que era o momento ideal e que poderia ajudar o clube desempenhando outras funções. Deste modo sinto-me orgulhoso de ter uma vida completa ligada ao clube e sempre empenhado em colocar o Salambios no seu lugar!
EFNH: E é disso que precisámos! Quer falar um pouco do actual corpo directivo?
CF: O presidente Fábio é a pessoa indicada para tornar novamente o Salambios um colosso mundial. Confiou em mim para o departamento do futebol e vou tentar agora compor o que falhou nos últimos anos, a nossa política de contratações. Na Assembleia Geral temos o prof. Manuel Coutinho alguém com o perfil indicado para o cargo. Na área de marketing António Gouveia tem desempenhado um trabalho fantástico como se pode ver pela magnífica gala a que estamos a assistir.
EFNH:Para finalizar, o que lhe pareceram os novos equipamentos?
CF:Gostei bastante. Os técnicos da Adidas fizeram um óptimo trabalho e conseguiram combinar perfeitamente a tradição do nosso clube com a modernidade hoje exigida. Apreciei também o amarelo no equipamento de guarda redes pois o meu primeiro jogo sénior foi com um equipamento amarelo.
Thursday, January 10, 2008
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1 comment:
Ganda Chico!!!!!!
Isso é que é falar! O nosso clube merece regressar aos grandes palcos!
Nunca uma equipa tinha levado 500 adeptos até Sampedória! Somos Grandes!!
Salambios 4ever
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